E o feio se tornou bonito

Na edição desta semana o jornalista Reinaldo Azevedo descreveu com genialidade e clareza a atual situação ideológica do Brasil. Numa crítica ao filme de Cacá Diegues, O maior amor do mundo, ele escreveu:

"(...) Enquanto a elite branca de Cláudio Lembo se emperiquitava no sábado 2 para assistir ao show de Chico, uma parte dos moradores da Cidade de Deus, no Rio, ia ao comício de Lula, convidado pela... Cufa (central única das favelas)! O PT laçou jovens, etnias de exceção e crianças assistidas por programas federais para dar testemunho em favor do pai-presidente. À moda das igrejas neopentecostais - como respeitar religiões mais jovens que um bom uísque?-, os filhos de Lula foram lá narrar a sua vida antes e depois da adoção. O presidente violava o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei Eleitoral. E dai?
Ninguém quer ensinar Mozart ou Kant aos pobres. Eles têm que aprender batuque, funk e rap. É batata: há uma relação inversamente proporcional entre variedade de instrumentos de percussão e saneamento básico. Onde excedem o "baticumbum" e os versos de pé quebrado, falta água encanada. E sobejam verminoses. Do esquerdismo bocó da década de 60 para o populismo de exaltação de hoje, o feio se tornou bonito. Só não abrimos mão da orfandade pidonha - que é morte do indivíduo."

Coitado do Brasil....

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