Superficialidade da erudição - O fim dos eruditos.

Vou citar um trecho de Schopenhauer (1788-1860):
"Sendo assim, as ciências adquiriram uma tal amplitude em suas dimensões, que alguém com a pretensão de realizar algum empreendimento científico deve se dedicar apenas a um campo muito específico, sem dar importância a todo resto. Nesse caso, ele de fato se encontrará acima do vulgo em seu campo, no entanto será como qualquer pessoa em todos os outros. Além disso, torna-se cada vez mais comum hoje em dia o descuido com as línguas antigas cujo aprendizado parcial de nada serve, contribuindo para decadência geral da cultura humana. Com isso veremos eruditos que, fora do seu campo específico, são verdadeiras bestas."
Este livro escrito no séc. XIX é profundamente atual, vemos isso todos os dias, verdadeiras bestas se entitulando de doutores e achando que são melhores do que qualquer outra pessoa. A competitividade acirrada que permeia e modifica o comportamento da sociedade hodierna veio a trazer mais distorções, pois há mesmo aqueles em que nenhum conhecimento acima do vulgo possuem e mesmo assim se auto intitulam doutores. Quanto mais bestial é a criatura, mais arrogante ela é, e alguns tarços reprovávies do caráter, que isoladamente já são de causar asco, se juntam e tornam o comportamente destas pessoas incongruentes. Um exemplo: arrogância com os pequenos e subserviência com os grandes.
Sabemos que com a grande escalada na quantidade de conhecimento da humanidade, é impossível se saber tudo e que a especialização é um mal irresistível, todavia um dos antídotos para a bestialidade é a procura por conhecimento em outras áreas que não a própria, isso mostra que os nossos limites são muito estreitos e talvez coloque um pouco de humildade no comportamento. A era dos eruditos já se acabou e quem insistir nela será considerado um fóssil incoveniente. A solução é a busca constante por uma formação mais geral sem a pretensão de saber tudo ou forçar uma afetação incoveniente. Para finalizar com outra citação:
"O especialista é um homem que sabe cada vez mais sobre cada vez menos, e por fim acaba sabendo tudo sobre nada." Sir Bernard Shaw.

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